segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O que é um Theatro?

Teatro da Ópera de Paris, inspiração para o nosso Theatro Municipal do  RJ
Teatro vem do grego, “théatron”, que significa panorama (lugar de onde se vê), ou seja, é o lugar onde as pessoas se reúnem com um objetivo em comum: assistir ao espetáculo. Nesse momento, o ator/bailarino/cantor  pode ser quem quiser, quando quiser, onde quiser… O público tem liberdade para analisar, criticar, se emocionar e até se pronunciar… Ocorre, então, a cumplicidade de palco e público… Tudo isso é mágico, fantástico, algo que somente o teatro pode proporcionar por completo.

Acredito haver três “porquês” para se fazer arte :

1) Terapêutico, proporcionando a quem  pratica o autoconhecimento


2) Aquisição de cultura, pois, antes de fazer a montagem cênica, dança e canto, há um estudo, uma pesquisa sobre o autor, a época, os costumes, os objetivos e os conflitos do texto/cena e dos personagens;

3) Pesquisa prática, em que ocorre a percepção do outro. Por exemplo, uma pessoa pode interpretar um príncipe  e, para melhor desempenhar o papel, estuda seus costumes, seu andar, seus gestos, sua dicção, volume da voz,  etc.Quanto mais informações tiver sobre o príncipe, melhor conseguirá interpretá-lo e, certamente, melhor será recebido pelo público.

Fazer arte  é tão fantástico e tão encantador que a grande maioria deixa de tê-la simplesmente como terapia ou aquisição de cultura e passa a tomá-la como “profissão”. Hoje se nota uma ampla aceitação da arte na sociedade, com visíveis benefícios em vários setores, como o da educação. Quando se estuda e se pratica essa “arte total” na escola, há uma melhora na formação do ser/indivíduo.
Hoje em dia somos vítimas de manipulações da publicidade, da política de ética duvidosa, da indústria cultural, dos líderes sociais etc.

Há tantos pontos positivos para se fazer arte, porém não se pode negar ou ocultar que há um ponto, digamos, negativo: a arte vicia!

“Uma vez no palco, sempre no palco.”


domingo, 28 de agosto de 2011

Sapateado

O sapateado se originou da fusão cultural entre irlandeses e africanos. Sua primeira manifestação aconteceu na Irlanda, no início da Revolução Industrial. Nos pequenos centros urbanos, operários costumavam usar tamancos (Clogs) para isolar a intensa umidade que subia do solo e, como forma de diversão, reuniam-se nas ruas, tanto homens como mulheres, para uma animada competição, onde o vencedor seria aquele que conseguisse produzir os sons e ritmos mais variados com o bater das solas no chão de pedra. Esta diversão passou a ser popularmente conhecida como " Lancashire Clog ".
Por volta de 1800, os tamancos foram substituídos por calçados de couro (Jigs) por serem mais flexíveis e moedas foram adaptadas ao salto e à biqueira para que o " sapato musical " soasse mais puro. Com o tempo, as moedas foram trocadas por plaquinhas de metal: os "taps".
Os africanos enfatizavam a dança de formas diferentes, mas basicamente com os pés não criavam ritmos, pois dançavam descalços com o pé inteiro no chão. O ritmo era baseado no batuque e assim chegaram nos nos EUA, onde eram escravos e nas festas mantinham suas tradições.
Em suas festas tradicionais, como não podiam tocar tambor, começaram a fazer mais ritmos corporais com as mãos, boca e pés. Isso os deixou mais curiosos com as danças européias (Jig e Clog), às quais eles já haviam assistido uma vez ou outra.
Em 1830, Thomas Rice, numa temporada de verão em Kentucky, apresentou-se com um número inédito baseado na minuciosa observação que teve de "Jim Crow", um dos negros que trabalhava para o teatro. Crow tinha um caminhar desengonçado tanto pela sua idade avançada como por uma forte rigidez muscular numa das pernas e nos ombros. Enquanto trabalhava, costumava cantar uma canção e no final dava três pulinhos muito dificultosos.
Partindo deste fato, Rice pintou o rosto de preto, vestiu um macacão de carregador e, cantando a mesma canção conhecida então por "Jump, Jim Crow", dançou improvisando saltos e giros totalmente fora do convencional. O artista branco de cara negra começou a despontar em massa pelos Estados Unidos dando origem aos famosos "Shows de Menestréis".
A primeira troca efetiva de talentos entre brancos e negros aconteceu em 1840, quando escravos recentemente livres e imigrantes irlandeses recém chegados se espalharam por vários pontos de Nova Iorque e, freqüentando os mesmos salões, começaram a trocar passos de "Irish Jig" e dança africana.
Por volta de 1920, surgiu o Sapateado Americano. O desenvolvimento de sua história começou com os negros, mas o auge veio com as grandes produções do cinema entre 1930 e 1950, quando surgiram grandes nomes como Gene Kelly, Fred Astaire , Ginger Rogers e Eleonor Parker.
O estilo adotado nos musicais é mais dançado com o corpo, utilizando técnicas de ballet , os braços e combinações tradicionais. No sapateado do negro americano, as batidas são mais rápidas, o corpo fica mais à vontade, no estilo próprio de cada um.
Fred Astaire dançava os dois estilos de uma maneira surpreendente e perfeita, altamente clássico e com a velocidade dos negros.
Como tudo, o sapateado também evoluiu e passou a ter outras formas. Savion, um dos maiores sapateadores do mundo, criou uma nova forma de sapatear mais forte e mais ousada com seu swing e musicalidade.
O sapateado também pode ser chamado de instrumento de percussão, pois com batidas dos pés executam-se sons e melodias rítmicas bem variadas e ricas.
O sapateado é uma dança relaxante que não tem limite de idade, sexo e nem exige grande esforço para principiantes.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Coreografia




















O que é coreografia


Uma coreografia  é arte de compor trilhas ou roteiro de movimentos que compõem uma dança. No ballet clássico ela é composta por um grupo de movimentos mais padronizados, na dança moderna os movimentos são mais livres e na dança contemporânea há quase uma quebra do conceito de coreografia já que, ao contrário das outras duas os movimentos são tão livres que nem sempre há uma representação gráfica.
A coreografia serviria portanto para descrever a dança que será executada, ou melhor, a coreografia é o conjunto de movimentos e a sequência deles que compõe a dança que segue uma trilha musical. Muito embora haja espetáculos de dança contemporânea sem trilha musical.
Neste sentido as variações de uma coreografia seriam as diferentes formas de interpretação para uma determinada coreografia de acordo com a qualidade técnica e opção artística dos bailarinos.

Como criar uma coreografia

Criar uma coreografia é uma experiência interessante e gratificante. É também um desafio, que exige organização, criatividade e visão. Há muitos fatores a considerar, como tema, estilo, figurino, iluminação e habilidade dos bailarinos. A coreografia é não somente sobre os passos de dança, é o processo de transformar sua criatividade em uma realidade e existem muitas ferramentas diferentes que você pode usar para atingir este objetivo. 
 

Coreografia deve ter um estilo

Pense sobre o estilo da coreografia que você deseja criar – moderno, funk, hip-hop, jazz, tap ou clássica. Que impressão que você pretende deixar para o público? Você já pode ter uma determinada música para a coreografia, ou simplesmente uma idéia do tipo de desempenho que pretende desenvolver. Seja qual for o seu ponto de partida de inspiração, permanecer fiel ao seu estilo, escolhendo a coreografia da música, passos de dança, movimentos, iluminação, figurinos e adereços que vai expressar o seu tema de forma eficaz.

Música e coreografia

A música é uma ferramenta importante que deve melhorar o desempenho, não dominá-lo. A música vai ter o estilo, ritmo e letra para apoiar a coreografia e deixá-la interessante e variada.
Se usar mais do que uma música, pense na maneira como a sua coreografia vai refletir a mudança na música, seja sutil ou dramática. Considere a adequação da música ao estilo de coreografia. Ambos os elementos devem apoiar uns aos outros no transporte do tema geral. Ele pode ser eficaz para estilos de contraste de movimento e música, mas isso deve ser tratada com cuidado, pois geralmente é mais difícil.
Se quiser realmente uma mudança brusca, a iluminação pode ajudar.

O elenco

Decida quantos bailarinos você vai trabalhar e avalie as suas capacidades. Perceber os limites dos bailarinos e do espaço em que será executado. Manter o número de bailarinos no palco ao mesmo tempo a um mínimo, é fácil criar coreografias dinâmicas em grupos menores.
Ao trabalhar com grandes grupos de bailarinos, os passos simples realizados em conjunto pode criar um impacto dramático dando um efeito muito bonito.
Para mostrar as etapas difíceis, trazer pequenos grupos de bailarinos no palco ao mesmo tempo. Em alternativa, chamar a atenção para um grupo central de dançarinos contrastando sua coreografia com a do resto do grupo. Por exemplo, dividir em grupos, cada um faz uma rotina diferente.
Eles dizem que uma equipa é tão forte quanto o seu membro mais fraco, por isso, quando trabalhar com bailarinos de diferentes capacidades, ter como objetivo criar um senso de igualdade através da coreografia. Movimentos simples realizados com precisão são muito mais eficazes do que os difíceis feitos sem “limpeza” necessária.

Variedade

Variedade é a palavra chave para a coreografia ficar interessante. Alterações no ritmo, humor e movimento para criar profundidade e versatilidade como um show. Tente alguns desses elementos contrastantes:
* Mudanças de passos, etapas e lugares.
* Alta / baixa
* Rápido / lento
* Simples / elaborados
* Som / silêncio 

Finalização

Como coreógrafo, nunca perder visão geral do trabalho. Figurinos, iluminação e cenografia são todos elementos que podem ser utilizados para apoiar a coreografia, no entanto usado incorretamente o seu tema pode ficar distorcido. Mantenha-o simples e inclua apenas os elementos essenciais que irão reforçar a coreografia. Seja flexível, as mudanças são inevitáveis em todo trabalho, mas é tudo parte do processo de desenvolvimento. O que parece ser uma ótima idéia para melhorar a coreografia ou criar efeito pode ser bom para uma música, mas não para outra, use a criatividade!


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Demi Plié e Grand Plié

Pliés
Os exercícios de barra seguem um padrão de progressão regular, com exercícios mais lentos, movimentos básicos, e ao longo do tempo, eles vão ampliando sua complexidade e ganham mais velocidade e dinâmica. E sempre, desde o primeiro até o último dia de aulas de ballet de sua vida, você começará suas aulas com exercícios de barra realizando pliés.

Embora o plié seja sempre o primeiro exercício de ballet que você aprende na vida, ele não pode nunca ser ignorado, pois irá te acompanhar por todo seu estudo em ballet.
Os pliés são, de fato, um dos mais importantes - se não o mais importante – exercício que você irá fazer em sala de aula.

Os exercícios de pliés são geralmente uma combinação de demi-plies e grand-plies, de modo que você, enquanto dobra os joelhos, ensina a virilha a girar as coxas para fora. Além disso, seus tornozelos são preparados para resistir às quedas, seus pés para fazer o relevé, e seu tronco para ficar ereto, entre outros sub-objetivos que o plié traz em sua execução.

Podemos então dizer que o plié é o alicerce de todo o resto do ballet e, portanto, se você o fizer corretamente, elimina a possibilidade de errar nos demais exercícios, já que suas pernas estarão preparadas para executar todos os outros movimentos. Além disso, a força muscular que você constrói em suas coxas durante este exercício se torna a sua fonte de energia para realizar qualquer movimento mais complexo.
Demi plié: pequena dobra dos joelhos.

Cada vez que o joelho dobra, ele deve dobrar até o fundo, isto é, o máximo possível, fazendo-se força no músculo das coxas para não deixar o joelho cair para frente, forçando-se ao máximo o tendão de Aquiles e mantendo o calcanhar totalmente no chão.

Manter as costas retas e o braço na segunda posição. Agora dobre seus joelhos apontando os joelhos para fora, sem tirar os calcanhares do chão. Mantendo o quadril encaixado, a barriga para dentro e a postura. Os braços acompanham o movimento do exercício.

Um demi plié é o início e acabamento de cada salto. É um dos mais importantes movimentos do vocabulário do ballet e se não for executado corretamente, pode causar lesões nos joelhos, tornozelos e quadris. 


Demi Plié Correto na 1º posição:


 Demi Plié Incorreto na 1º posição.

 Repare que ela está com o bumbum empinado, as costas inclinadas para frente e o quadril sem encaixe.
 
Demi Pliés Corretos nas 4º e 5º posições.


Demi Plié Correto na 2º posição.

 
Demi plié: pequena dobra dos joelhos.

Cada vez que o joelho dobra, ele deve dobrar até o fundo, isto é, o máximo possível, fazendo-se força no músculo das coxas para não deixar o joelho cair para frente, forçando-se ao máximo o tendão de Aquiles e mantendo o calcanhar totalmente no chão.

Manter as costas retas e o braço na segunda posição. Agora dobre seus joelhos apontando os joelhos para fora, sem tirar os calcanhares do chão. Mantendo o quadril encaixado, a barriga para dentro e a postura. Os braços acompanham o movimento do exercício.

Um demi plie é o início e acabamento de cada salto. É um dos mais importantes movimentos do vocabulário do ballet e se não for executado corretamente, pode causar lesões nos joelhos, tornozelos e quadris. 


Demi Plie Correto na 1º posição:


 Demi Plie Incorreto na 1º posição.





 Repare que ela está com o bumbum empinado, as costas inclinadas para frente e o quadril sem encaixe.
Demi Plies Corretos nas 4º e 5º posições.


Demi Plie Correto na 2º posição.

Um detalhe importante: você deve manter os pés na mesma linha do joelho, nem mais para dentro e nem mais para fora, e não flexionar os pés tirando os calcanhares do chão.
Grand Plié

A primeira sensação que um bailarino tem ao executar um grand plié é a de alongamento.
Os pés pressionam o chão, enquanto a parte superior do corpo se alonga para cima.
Os músculos da perna são alinhados, colocando as coxas em en dehors tanto quanto os joelhos e os pés. Isso permite que tudo fique em uma só linha,
e que o pé fique grudado ao chão (no início do movimento).
Enquanto desce, o bailarino continua a se alongar para cima usando os seus músculos abdominais, sendo que as omoplatas estão para baixo.
Todos os dedos devem estar alongados no chão, principalmente o dedo mindinho,
que tem a tendência de sair do chão levando o peso do corpo para o dedão.
Isso desloca o quadril para trás, e causa uma torsão nos joelhos.
Atenção: quem tem metatarso caído (diminuição do arco do pé)
tem uma maior tendência a fazer isso!
O grand plié é um movimento só: quando o quadril começar a se desalinhar dos joelhos
e dos pés é o momento de retornar, por isso o tamanho do grand plié muda
conforme o tipo físico do bailarino.
Na subida, devem-se colocar os calcanhares o mais rápido possível no chão,
sem com isso alterar o ritmo do movimento.
A cabeça deve acompanhar a trajetória da mão.
Com isso, os músculos do pescoço são trabalhados, tirando dele a tensão.
Atente para a respiração: inspira-se no início, quando o corpo está alongando,
e expira-se durante o exercício.


 
Grand plié: grande dobra dos joelhos. 

O grand plié começa com o demi plié e é, como este, da maior importância para o trabalho de virar as pernas en dehors, a partir dos quadris e interior das coxas, pois, com os dois pés no chão e o peso do corpo bem distribuído entre as duas pernas, este trabalho é mais facilmente conseguido. O grand plié também aumenta a força das pernas, pois para se executar corretamente o gran plié é necessário descer e subir com a força das coxas e nunca com o do corpo.
Deve-se cuidar muito para que os joelhos dobrem sempre na direção da ponta dos pés, forçando a abertura da parte interna das coxas, apertando-se as nádegas e mantendo-se o corpo e as costas retos. Ele deve ser feito continuamente, evitando parar o movimento em baixo (o que se diz "sentar") para depois subir.

Faça o mesmo processo do exercício anterior, agora continue dobrando os joelhos até seu calcanhar sair do chão, mas sem sentar nos calcanhares, você deve manter a postura. Não se esqueça de manter a sua volta perfeitamente reta

Grand Plié Correto na 1ª:



  
Grand Plié Incorreto na 1ª:




Repare que a bailarina do exemplo quando está descendo, sai do seu encaixe inicial empinando o bumbum, descendo as costas para frente, chegando ao grand plie totalmente desalinhada.

Grand Plié na 2ª posição



O grand plié na 2ª posição é bem parecido com o demi, você só deve dobrar mais os joelhos, mas sem passar o quadril da linha dos joelhos, deixando as coxas na linha do chão e sem tirar o calcanhar do chão, diferente do grand plié na 1ª posição. 
 
Espero que  vocês tenham gostado da explicação, e hoje teremos mais um dia de Festival, então Boa Sorte para todos nós...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Oração dos Bailarinos


Oração dos Bailarinos

Ballet nosso que estais no sangue,
santificado seja vossa música
venha  nós o nosso esforço
assim nos ensaios
como nas apresentações.
A dança de cada dia nos daí hoje.
Perdoai as faltas nos ensaios
assim como nós perdoamos
nossos professores rígidos.
Não nos deixei errar as coreografias
e livrai-nos dos calos, da bolhas e das pessoas ruins

Amém

In´Cena cia de Dança, depois de 6 meses voltando aos Festivais
Que Deus nos ilumine!!!

domingo, 14 de agosto de 2011

Romeo e Julieta


















Romeu e Julieta é a primeira tragédia de William Shakespeare sobre dois adolescentes completamente apaixonados, cuja "morte inoportuna" de ambos acaba unindo a família dos dois, que antes eram rivais. É seguramente uma das maiores obras da dramaturgia mundial. Fora traduzida para vários idiomas. Há centenas de adaptações teatrais e cinematográficas da obra (entre os mais populares são os dirigidos por Zeffirelli e Luhrmann). Inúmeras são também as inspirações musicais sobre este drama (sem reminiscência e balé de Tchaikovsky e Prokofiev e o famoso musical West Side Story).
A vida dos dois protagonistas foi assunto de destaque na época e durou séculos. Ainda hoje, o romance dramático de Romeu e Julieta possui um valor completamente simbólico, como se divergesse o tipo do amor perfeito, aquele que suporta os preconceitos e os atritos. O drama shakespeariano nasceu clássico e aqueles que entram em contato com este clássico, logo compreendem uma direta amorosa do sentimento amoroso tão admirável e poético.

Alessandra Ferri
 
Trama
Logo após o coro, o Ato I é iniciado com uma rua de Verona, do qual os Montecchio estão confrontando-se com os Capuletos. A briga é interrompida por Escalo, príncipe de Verona, que declara morte aos chefes de ambas as famílias, caso eles não terminem com essa luta e, em seguida, dispersa a multidão. Mais tarde, Páris, um jovem nobre, pede em casamento ao Sr. Capuleto a sua filha de quatorze anos, Julieta. O Sr. Capuleto o convida a uma festa que haverá naquela noite, do qual ele terá a oportunidade de atrair a atenção de Julieta.
Enquanto isso, Benvólio, sobrinho do Sr. Montecchio, conversa com seu primo Romeu. Ele descobre que seu primo anda triste e apaixonado por uma garota chamada Rosaline. Após a grande insistência de Benvólio e de seu outro amigo Mercúcio, Romeu decide assistir a festa de máscaras na casa dos Capuletos, na esperança de encontrar-se com Rosaline. Romeu assiste a festa como planejado, até se apaixonar por Julieta. Julieta apaixona-se completamente por ele também. Os dois trocam pequenas palavras. Romeu, arriscando sua vida, permanece no jardim dos Capuletos após o término da festa, e na famosa cena do terraço, os dois declaram o amor que um sente pelo outro e decidem-se ficarem juntos em segredo. No dia seguinte, o Frei Lourenço decide casá-los, para também promover a paz entre ambas as famílias.
No entanto, algo perigoso acontece: Tebaldo, primo de Julieta, de temperamento desafiador, reúne Romeu e tenta provocá-lo para um duelo de espadas. Romeu recusa-se, mas Mercúcio aceita em seu lugar. Depois de um pequeno confronto, Mercúcio morre e Romeu, furioso com a morte do amigo, confronta-se com Tebaldo; este morre. Benvólio então grita para Romeu fugir e este o faz desesperadamente. O príncipe declara punição a Romeu. Deixa-o viver, embora resolva por final bani-lo para sempre de Verona. A essa altura Julieta recebe a notícia dos acontecimentos e mantém-se completamente apaixonada pelo marido. A ama de Julieta, uma carinhosa mulher, conversa com ela e nestes diálogos fica claro o amor de Julieta por Romeu.

Julieta pede à ama que entregue a Romeu um anel, como prova de seus sinceros sentimentos. E, mesmo que seja arriscado, dá o recado de que Romeu precisa vir encontrar-se com ela às noites. Ao receber o anel, Romeu diz sentir seu coração mais fortalecido. De fato, Romeu e Julieta passam a noite apaixonadamente juntos.
Romeu parte para Mântua. Os Senhores Capuletos resolvem casar Julieta com o Conde Páris. O desespero de Julieta faz com que ela se encontre com o Frei Lourenço e ele resolve ajudá-la. Diz para aceitar o casamento apenas para despistar os pais. Julieta recebe um frasco de elixir para simular uma suposta morte. Tomando o conteúdo do frasco, sua família acreditaria em sua morte, o casamento com Páris não aconteceria e o Frei Lourenço, através de uma carta, falaria com Romeu para que ele voltasse. Dessa forma, os dois poderiam ficar juntos e até provavelmente fugir em segredo.
O que seria um plano perfeito transforma-se em uma sucessão de tragédias: a carta acaba sendo extraviada. Romeu, recebendo a notícia da morte da amada, angustia-se e compra um veneno para suicidar-se também. O jovem volta à Verona e toma o remédio diante do corpo de sua amada, morrendo junto a ela.
Quando Julieta acorda, o horror torna-se ainda maior. Seu desespero é grande e igual ao de quando Romeu pensou que ela estivesse realmente morta e, com o intuito de morrer ao seu lado, procure alguma gota de veneno em seus lábios. Sem saída, as mãos de Julieta apoderam-se de um punhal na bainha de Romeu e ela apunhala-se, caindo junto ao corpo dele.
As famílias Montecchios e Capuleto perdoam-se mutuamente logo após a descoberta do relacionamento amoroso e trágico de seus filhos, e a paz é mantida em nome do amor de Romeu e Julieta.
Principe: Uma paz triste a manhã traz consigo;
O sol, de luto, nem quer levantar.
Alguns terão perdão, outros castigo;
De tudo isso há muito que falar.
Mais triste história nunca aconteceu
Que esta, de Julieta e Romeu.
Romeu e Julieta, Ato V Cena III
Relações dos atos
 
 
A inspiração para Romeu e Julieta

Ao contrário do que se acredita, a trama de Romeu e Julieta não foi inventada por William Shakespeare. Na verdade, a peça é a dramatização do poema narrativo de Arthur Brooke: "A Trágica História de Romeu e Julieta" (The Tragicall History of Romeus and Juliet), de 1562. Shakespeare seguiu o poema de Brooke de forma relativamente próxima, mas enriqueceu sua textura adicionando detalhes tanto nos personagens principais quanto secundários, como com Mercutio.
O poema de Brooke também não era original. Em última análise, ele deriva de uma história de 1476, de Masuccio Salernitano, Mariotto e Gianozza, em Il Novelino. Luigi da Porto deu a forma moderna em Istoria novellamente ritrovatta di due Nobili Amanti, dando o nome de Romeu e Julieta (Romeus e Giulietta) aos personagens principais e mudando a história original de Siena para Verona. Matteo Bandello adaptou a história para incluí-la em Novelle, de 2005. O poema de Brooke é derivado do texto de Bandello.
De modo geral a história de amantes com destino trágico tem paralelos com muitos contos similares em diferentes culturas, incluindo Tristão e Isolda, Pyramus e Thisbe e outros. Essa história trágica é uma adaptação da história de Brooke.
                                







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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Firmeza nas costas, auxiliando a dança

Firmeza das Costas
Manter a firmeza das costas na região lombar. “A fonte da estabilidade localiza-se na coluna”, observa Vaganova em seu livro, OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO BALLET CLÁSSICO ,e  que é utilizada para todas as modalidades de dança.
É necessário acentuar que, para a estabilidade do corpo, o ponto vital será a consciência (percepção) exata da porção estreita das costas localizada precisamente na região da 5ª vértebra lombar.
Pouco a pouco vão se desenvolvendo músculos pequenos, mas fortes, na citada área, os quais vão ajudar o bailarino a manter o corpo em equilíbrio enquanto dança. Esta porção das costas deve ser sentida como se “puxada para cima” enquanto os ombros permanecem naturais e livremente relaxados. Ombros tensos ou erguidos impedirão que as costas se mantenham na posição correta. Costas bem trabalhadas proporcionarão ao bailarino perfeita colocação tanto nos exercícios da barra, como nos de centro, bem como nos adágios, em todo o tipo de “tours” (movimentos giratórios no chão e no ar), em saltos e passos na ponta. A par disso, a possibilidade de usar adequadamente as costas ajudará a tornar o torso expressivo, e aí reside um dos princípios de maior importância do método de Vaganova. A expressividade da dança reside nas passagens harmoniosas de uma posição (pose) a outra durante as quais o torso curva-se facilmente enquanto a estabilidade do corpo é mantida nos exercícios da barra e do centro, adágio alegro, obedecendo à criatividade emanante de cada coreógrafo.
A habilidade no controle do torso auxilia não apenas melhorar todo o complexo dos elementos da dança e conseqüentemente dominar sua técnica, como também (e isto é de grande importância) assegura uma “performance” (desempenho) artística de alto nível. A maneira a qual o torso é mantido durante a dança está intimamente relacionada à posição dos braços.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dança e Saúde


Nem sempre vista como uma forma de exercício, mas antes uma actividade social, de competição ou de lazer, dançar é, para além de uma arte, um forte aliado da nossa saúde. São muitos os benefícios que a dança traz para quem a pratica e para ajudar a convencê-lo, reunimos os top 5 motivos.
  1. Perda/manutenção de peso. Para além de ser um hobby divertido, uma forma de conhecer pessoas e aprender coisas novas, dançar é, no fundo, um exercício físico como qualquer outro. Ora vejamos: os seus mil e um movimentos contribuem para a aceleração do coração (qual aeróbica!) e, como os diferentes tipos de dança incidem especificamente e de forma repetida sobre diferentes áreas do corpo, os músculos são facilmente tonificados. Por isso mesmo, uma sessão de dança queima tantas calorias como uma caminhada, uma sessão de natação ou de ciclismo. Se pretende perder peso com recurso à dança, é importante estudar bem o estilo que melhor se adeqúe a si antes de se escrever em aulas – por exemplo, uma aula ritmada de salsa irá queimar mais calorias do que uma aula tranquila de ballet.
  2. Flexibilidade. Ser flexível é um elemento chave da nossa saúde e, embora a dança requeira já bastante flexibilidade, só o facto de a praticar torna qualquer dançarino naturalmente mais flexível. Por norma, as aulas de dança iniciam com uma sessão de aquecimento, ou seja, vários exercícios de alongamento, de forma a preparar o corpo para o que aí vem. É importante que qualquer bailarino consiga uma grande amplitude de movimentos, porque a dança assim o exige. Quanto maior essa amplitude, mais facilmente conseguirá contrair e esticar cada grupo de músculos trabalhado. Com tamanha flexibilidade, sentirá que o seu corpo estará apto a dançar sem parar e é a saúde que ganha com isso.
  3. Força. Juntamente com a flexibilidade vem a força, sendo que esta é a capacidade que um músculo tem para exercer força contra uma resistência. No caso da dança, a força ganha-se à medida que o bailarino trabalha os músculos, para que estes possam resistir à força do seu próprio peso. Pense nos saltos, cambalhotas e trabalho de pernas que é exigido de um dançarino, para não falar nas vezes que tem de pegar em e lançar o seu par. Quem pratica dança, torna-se gradualmente mais forte e mais força é igual a mais saúde.
  4. Resistência. Na sua base, a dança é uma forma de exercício físico e, como sabemos, qualquer tipo de exercício físico aumenta a resistência do corpo e do organismo. Resistência é a habilidade que os músculos têm de trabalhar durante mais tempo, sem se ressentirem ou queixarem-se de cansaço. Por isso mesmo, qualquer tipo de dança – mas principalmente os géneros mais vigorosos, porque põem o coração a trabalhar – são perfeitos para aumentar a sua resistência. Uma pessoa mais resistente é uma pessoa com saúde para dar e vender.
  5. Bem-estar geral. Dançar sempre foi uma actividade alegre e bem-disposta: promove o convívio social, alia música a movimentos mágicos para um resultado final surpreendente. Mais flexibilidade, força, resistência e um corpo tonificado (que sabe dançar!) contribui, em larga escala, para aumentar os níveis de auto-estima e de energia positiva de qualquer bailarino. Com benefícios físicos (todos aqueles já mencionados) e emocionais (alivia o stress e a tensão, permite a criação de relações sociais e aumenta a autoconfiança) dançar é sersaudável por dentro e por fora.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

La Fille Mal Gardeé



 Ballet em dois atos; coreografia de Jean Bercher Duberval (1742 – 1806), considerado por alguns como o criador do ballet comédia ou ballet-pantomiama.
Numa fazenda da França, moravam Lise e sua mãe, a viúva Simone. Lise estava apaixonada pelo camponês Colas, mas sua mãe tinha planos ambiciosos para o futuro; ela queria que a filha se casasse com Alain, um rapaz muito bobo, mas filho de Thomas, rico proprietário de um vinha.
O pobre Colas tinha de andar às escondidas dentro e fora da fazenda para se encontrar com Lise, mas, quase sempre acabava sendo descoberto e posto para fora aos pontapés por Simone. O casal tentava enganar a viúva, planejada novos encontros e nos poucos momentos que estavam juntos, juravam seu amor um pelo outro. Como se assinassem essa jura, os dois amarraram juntos alguns nós numa fita Lise deixava no celeiro nos dias em que não conseguia ver Colas e que ele sempre deixava na sua porta, para que ela soubesse que ele tinha estado lá.
Por esse tempo, na fazenda vizinha, ou Thomas conversa com o filho Alain sobre o casamento. Marcam uma visita a Simone e Lise a fim de oficializar o compromisso entre os jovens. Simone manda que Lise vá se arrumar com o vestido mais bonito para receber os convidados. Ciosa que ela faz com muita má vontade, se sentindo muito infeliz principalmente quando na chegada dos dois, Alain, bobo e sem graça, tenta se exibir fazendo gracinhas com o seu guarda-chuva. Por sorte, logo chega a hora da celebração da colheita do dia e Lise e Simone, seguidas pelos convidados, vão de charrete para os campos, levando vinho para festejar cm os camponeses. Lá seria mais fácil para os namorados se encontraram e escaparem juntos, mas mesmo com a animação de planejar com Thomas a festa do casamento. Simone não a deixava sozinha nem por um segundo. Todos dançavam juntos ao som de flautas e Alain quis dançar com Lise, mas era tão bobo que nem reparou quando, no meio da confusão, Colas apanhou seu par. Dançaram juntos trocaram beijos e sumiram na floresta. Simone foi informada de que os dois haviam desaparecido, mas os amigos de Lise e Colas, os mesmos que haviam distraído Alain, na hora das danças, também distraíram a viúva, pedindo-lhe que dançasse para eles, elogiando sua maneira de representar.
No meio da festa, o céu começou a escurecer, ameaçando uma enorme tempestade. Os camponeses saíram a procurar Lise e Colas depois do que voltaram todos rápidos para as suas casas antes que a chuva caísse.
Chegando em casa, Simone, depois de secar suas roupas e as da filha, resolve descansar um pouco, mas antes cuida de trancar a porta para Lise não sair e Colas não entrar. Ela adormece em cima da porta. Mais tarde, o barulho dos camponeses trazendo a colheita para secar, acorda Simone, que sai para pagar e dar vinho aos trabalhadores, tendo o cuidado de deixar Lise em casa com a porta trancada. Acontece que com os camponeses, também Colas veio até a casa de Simone e conseguiu entrar escondido. Lise, pensando estar sozinha, sonha em voz alta com o futuro dos dois, seu casamento, seus filhos e se assusta quando Colas aparece dizendo que concorda com tudo e adora aquele sonho. Eles estão trocando os lenços que usam no pescoço quando ouvem os passos da viúva Simone voltando para dentro de casa. Colas tenta se esconder no armário, embaixo da mesa e finalmente Lise o esconde no seu quarto. Sempre desconfiada, Simone nota que a filha está usando um lenço diferente e como castigo, tranca a moça dentro do quarto, ordenando-lhe que se arrume, pois seu noivo está para chegar.
Logo em seguida, chegam Thomas e Alain, acompanhados por um juiz e padre da cidade para assinar o contrato de casamento. Quando toda a papelada está pronta, Simone dá a Alain a chave do quarto de Lise para que ele vá buscá-la para a cerimônia. No momento em que o rapaz abre a porta, quase morre de susto ao encontrar Lise e Colas, um nos braços do outro, num grande abraço. Furioso, Thomas rasga o contrato de casamento e sai arrastando Alain consigo. Simone jura nunca mais perdoar a filha quando vê perdida a fortuna do fazendeiro, mas os amigos de Lise e Colas a consolam até que por fim, ela se acalma, ouve os pedidos dos dois namorados que juram seu amor e acaba abençoando o casamento.
Todos cantam e dançam de felicidade nos jardins da fazenda e no final da festa, Alain ainda aparece na casa de Lise para reclamar seu guarda-chuva deixado lá na pressa da saída, já esquecido da tristeza de perder a noiva.