terça-feira, 21 de junho de 2011

Pequena história do Ballet Clássico


A história do ballet clássico propriamente dita começou por ocasião no casamento do Duque de Milão, na Itália em 1489. Durante o acontecimento, foi apresentado pela primeira vez um espetáculo de ballet. E o curioso ficou por conta do grupo que era formado apenas por bailarinos homens, já que as mulheres, não tinham permissão para bailar em público.
Os trajes eram pesados, limitando os movimentos tornando-os curtos e de pouca variedade.
O baile executado foi um momento extraordinário da coreografia italiana.
Logo outras cortes copiaram o feito e assim o ballet se espalhou por toda a Europa, principalmente na França. Levado pela rainha Catarina de Medicis, a principio para entreter seus três filhos, alcançando grande êxito e transformando-se no centro de maior projeção.
Mas somente com Luis XIV o ballet tomou o verdadeiro impulso, pois graça a ele foi fundada a Academia Real de Música, onde existe o famoso teatro de L’ Ópera de Paris. Ele se notabilizou também com sua participação em ballets como “Le Ballet Royal dela Nuit” como Rei sol.
Foi dessa academia que saíram as primeiras bailarinas, entre elas Maria Camargo, mais conhecida como “La Camargo”, que provocou sensação ao se apresentar com uma saia mais curta (na altura da canela) que os padrões da época, além de usar sapatilhas sem saltos. Mas o escândalo não ficou pior pelo fato de estar sendo introduzidos ao mesmo tempo técnicos como as cinco posições dos pés e o entrechat quatro, método elaborado por seu professor Pierre Beauchamps e que permanece até hoje.
Maria Sallé foi outra bailarina que revolucionou os costumes da época. Em 4 de fevereiro de 1733, ela inaugurava o Convent Garden de Londres, teatro que abriga nos dias atuais o Royal Ballet. Para esse que se tornaria um grande momento histórico, ela se vestiu apenas com uma túnica grega de museline branca e cabelos soltos sem ornamentos, ressaltando sua graça e expressividade, o que levou o público ao delírio.
Com tantas inovações o Sr. Maillot, figurinista de L’ Ópera, produziu as primeiras malhas adotadas antes pelos homens e seguida pelas mulheres para cobrir as pernas desnudas provocadas pelo uso de tecidos leves e transparentes, vestuário adotado definitivamente pela revolução Francesa.
Combinando com todo esse despojamento, surge o grande reformista Neverre que diz: “destruir as máscaras, queimar as cabeleiras ridículas e entre outras coisas, mais ação e expressão para a dança”.
Sua genialidade não foi bem aceita em Paris tendo que emigrar para o estrangeiro, onde foi calorosamente recebido, sendo considerada uma das figuras mais notáveis do século XVIII.

Inaugurando a fase romântica do ballet, surge Maria Taglione (1808 - 1884), bailarina sueca que encantou o mundo usando pela primeira vez sapatilhas de ponta fabricada por seu pai e professor, o Italiano Felippo Taglione, causando grandes mudanças no ensino da dança, com exercícios de ponta.
“La Sylphide” foi o primeiro ballet que lhe deu maior notoriedade e  também “Pas de Quatre”, encomendado ao coreógrafo Jules Perrot pela rainha Victoria da Inglaterra, para ver realizado seu desejo de reunir as quatro maiores bailarinas da época: Maria Taglione, Fanny Cerito, Carlota Grisi e Lucille Grahn.
O tema preferido dessa época era o sobrenatural e para dar maior ilusão, as bailarinas eram suspensas por arame num mecanismo complicadíssimo, abolido atualmente.
Paris continuava sendo o grande centro artístico do ballet, mas foi Carlos Blasis na Itália que elaborou o primeiro Tratado Elementar, teórico e prático de dança em 1820 (Milão).      
Visitada freqüentemente por artistas franceses e italianos a Rússia inaugura a Escola Imperial de S. Petersburgo (Leningrado), recebendo crianças de 10 anos e que aos 18, depois de formadas ingressavam para o corpo de baile do teatro Maryinski. Dessa escola saíram nomes como Fokine que revolucionou a arte de coreografar e com a ajuda do empresário Sergei Diaghelev, deu novos rumos à dança, inclusive com um espetáculo memorável em Paris em 1909, reunindo os maiores nomes de todos os tempos como: Ana Pavlova, Vaslav Nijinski e Tâmara Karsavina.
No Brasil a chave mestra desta nobre arte foi Maria Olenewa, que em 1927 ao abandonar sua brilhante e gloriosa carreira como 1° bailarina da Cia. De Leonide Massine, resolve fundar a 1° Escola Oficial de Danças do Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 11 de abril, e três anos depois oficializava o corpo de baile desse mesmo teatro.
Música, cenário e movimento deixam a coreografia de nosso tempo a um nível imbatível. Hoje a Itália, França, Inglaterra, Rússia e EUA, disputam a supremacia dessa arte, mas comparar com outros tempos é uma tarefa quase impossível.




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